terça-feira, 15 de maio de 2012

Jovens fazem “esculacho”

Jovens fazem “esculacho” na casa de militar que chefiou tortura a Dilma
Dezenas de jovens do Levante Popular da Juventude fizeram na manhã desta segunda (14) um protesto denominado “esculacho” em frente à residência do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, no município de Guarujá, litoral de São Paulo. Lima fez parte da Operação Bandeirante e foi reconhecido pela presidenta Dilma Rousseff um dos homens que presenciou atos de tortura contra ela.

Os jovens estenderam uma grande faixa nas grades do prédio onde mora o militar aposentado com os dizeres: “Aqui mora o torturador de Dilma”, indicando qual é o seu apartamento. Eles também picharam “aqui mora um torturador” na calçada em frente ao prédio.
Maurício Lopes Lima foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF), em ação civil pública ajuizada em novembro de 2010, como um dos responsáveis pela morte ou desaparecimento de seis pessoas e pela tortura de outras 20 nos anos de 1969 e 1970. Segundo o MPF, o militar foi “chefe de equipe de busca e orientador de interrogatórios” da Operação Bandeirante (Oban) e do DOI/Codi.

Em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, em 2010, Lopes disse jamais ter torturado alguém: “Eu sou uma testemunha da tortura. Sim, eu sou. (…) a tortura, no Brasil, era uma coisa comum (…) da polícia nossa”. Entretanto, reconheceu que era chefe de “investigações” quando Dilma Rousseff, que a interrogou e que depois “o pessoal foi conversar com ela”.

O movimento social Levante Popular da Juventude está promovendo nesta segunda (14) mais uma rodada de esculacho a supostos torturadores e agentes da repressão em todo o país. Os manifestantes apóiam a instalação da Comissão da Verdade, cobram a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos e exigem que os torturadores sejam julgados e punidos.

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